Diálogo intersetorial
e interinstitucional
Pontes entre o setor
produtivo, especialistas
e legisladores
Insights técnicos e
soluções estratégicas
Agro: líder em soluções
climáticas aplicadas

O Instituto Equilíbrio atua para ampliar a compreensão sobre os impactos da transição climática no desenvolvimento econômico do Brasil, promovendo um diálogo informado e baseado em evidências.

Nesta seção, reunimos dados qualificados que contribuem para o aprimoramento do debate público. Sempre com rigor científico e neutralidade técnica.

Abaixo, elencamos alguns dados sobre o uso da terra e emissões de CO₂ no Brasil, bem como as oportunidades trazidas pelo olhar ampliado para garantir a produtividade, segurança alimentar e ação climática.

GEE emitidos pela agropecuária

  • Em 2024, as emissões totais do setor agropecuário brasileiro foram de aproximadamente 1,24 bilhões de toneladas de CO₂ eq, um aumento em relação ao ano anterior (em 2023 foram de 631,2 milhões de toneladas de CO₂ eq).  
  • A pecuária segue como o maior fator de impacto, tanto pelas emissões diretas quanto pelo desmatamento associado à expansão de pastagens.
  • O Relatório Temático sobre Agricultura, Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos de 2024 aponta que variações no clima regional podem comprometer a viabilidade de 74% das terras agrícolas na fronteira Amazônia-Cerrado até 2060.
  • O Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do Banco Central, referente ao segundo semestre de 2024, aponta que, embora o impacto dos riscos climáticos ainda seja considerado baixo, o número de instituições que relataram efeitos negativos mais que dobrou, especialmente em decorrência de eventos extremos, como as enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul.

As maiores exposições ao risco climático estão relacionadas a secas – consideradas o evento mais relevante no longo prazo, além dos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Pampa, e do setor de bens de consumo básico, que inclui agricultura e pecuária.

O agronegócio enfrenta desafios profundos diante das alterações climáticas.

Fontes:

  • Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos
  • Relatório de Estabilidade Financeira
  • Open KnowledgeRepository

Principais fontes de emissões de carbono no Brasil, por setores

Mudança no Uso da Terra (MUT): 46% – refere-se a alterações no uso original do solo, como desmatamento de florestas para abrir espaço para pastagens ou lavouras, e conversão de vegetação nativa em áreas agrícolas ou urbanas. Quando se desmata uma área, o carbono armazenado nas árvores e no solo é liberado para a atmosfera.

Agropecuária: 28%, que incluem: 

– uso de fertilizantes nitrogenados;

– uso de defensivos agrícolas e calcário utilizado para correção da acidez do solo (que libera CO₂ durante o processo químico e gera emissões);

– queima de restos de culturas, como arroz, trigo, cana-de-açúcar e outras — que libera dióxido de carbono, óxido nitroso e metano;
– animais ruminantes, como gado bovino e ovino, liberam gases de efeito estufa por meio da “fermentação entérica”, que produz metano como subproduto principalmente quando um grande número de animais é manejado em áreas confinadas (fazendas leiteiras, confinamentos de suínos e aves).



  • Energia: 18% que incluem a queima de combustíveis fósseis para geração de eletricidade e transporte.

  • Indústria: 4% relacionados a processos industriais que liberam gases de efeito estufa.

  • Resíduos: 4% provenientes de tratamento de água, esgoto e decomposição de resíduos sólidos em aterros sanitários.

Riscos climáticos para o agronegócio

  • O agronegócio enfrenta desafios profundos diante da transição climática, exigindo adaptação para garantir a produtividade e a segurança alimentar.

  • O Relatório Temático sobre Agricultura, Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos de 2024 aponta que variações no clima regional podem comprometer a viabilidade de 74% das terras agrícolas na fronteira Amazônia-Cerrado até 2060.

 

As maiores exposições ao risco climático estão relacionadas a secas – consideradas o evento mais relevante no longo prazo, além dos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Pampa, e do setor de bens de consumo básico, que inclui agricultura e pecuária.

Oportunidades da transição climática

  • O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo – produz para atender à demanda interna e externa – e tem potencial de se tornar líder global na adoção de soluções climáticas, aliando ciência, governança e financiamento. 
  • Pesquisa da McKinsey estima que o Brasil pode adicionar até US$ 100 bilhões ao seu PIB até 2030 se souber aproveitar as oportunidades que estão se abrindo, e contabiliza uma geração potencial de 6,4 milhões de empregos no período.
  • Existem inúmeras oportunidades de crescimento econômico na transição para práticas de resiliência climática, principalmente em relação à crescente demanda por alimentos de baixo carbono, bioenergia e biocombustíveis.  

Ciência e tecnologia para resiliência climática

Utilizando ciência e tecnologia, é possível restaurar a produtividade do solo, aumentar a resiliência climática e capturar carbono, por meio de: 

Manejo de pastagens: A recuperação de pastagens degradadas pode dobrar a produtividade da terra, reduzir pressão por desmatamento e aumentar o sequestro de carbono no solo. 

Plantio direto: ao evitar o revolvimento do solo, essa técnica preserva a matéria orgânica e favorece a retenção de carbono e água, além de reduzir a erosão e o uso de insumos. 

ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta): Esse sistema promove a diversificação produtiva, o uso eficiente da terra e o aumento do estoque de carbono, ao integrar árvores, cultivos e pastagens de forma sinérgica.

Uso eficiente de fertilizantes: redução do uso de fertilizantes nitrogenados, que liberam óxido nitroso (N₂O), um potente gás de efeito estufa.

 


Uso de bioenergia,
com expansão da participação de biocombustíveis na matriz energética, como o etanol de segunda geração.

Monitoramento climático e agricultura de precisão, por meio do uso de drones, sensores e satélites para prever impactos climáticos e otimizar a produção.